sexta-feira, 2 de março de 2012

Post.it: Enamoramento

Quando se fala de pequenos momentos, de pequenas coisas, fica a sensação de uma insignificância que não merece, uma letra da nossa escrita. Que não vale a dispensa de um neurónio de pensamento, uma célula de vida, uma molécula de atenção, um átomo da nossa esperança, um nano de sorriso, sequer.
Porque foi um só momento, um breve momento, em que entrou na sua vida e não quis nela permanecer mais tempo do que isso. E esse momento que sendo tão curto, podia não ter significado nada, significou muito. Porque todas as letras se juntaram para lhe falar de amor. Porque aquele neurónio lhe dedicou doces pensamentos. Porque cada molécula criou uma corrente de paixões. Porque uma célula, uma simples célula fez-lhe estremecer o coração. Então, esse átomo de esperança a fez sonhar de olhos bem abertos e um nano sorriso cresceu no seu rosto, como se a lua se tivesse desenhado nele. Porque o sol lhe prometeu mais do que um adeus, uma eterna permanência. Eterna como um momento que não se contabiliza em horas, minutos, nem segundos, mas na definição daquele abraço, no calor que se mantêm, mesmo depois da partida.
Fica, o que se escreveu, fica o que se deu, cada pensamento, cada pedacinho de vida a seu lado sentida. Fica um coração que já bateu ao mesmo ritmo de outro. Fica a lembrança daquele sorriso. Fica por dentro, a correr-lhe nas veias uma célula que baptizou com o seu nome. E na alma a mais perene lembrança, daquele momento.

9 comentários:

  1. Anónimo2.3.12

    É tão agradável ler-te, e terminar a semana com um texto tão bonito, quantas vezes nos deixamos amargurar pelas lembranças. Pelo desejo que dure mais do que um momento, sem sentir a grandiosidade desse momento. Porque há coisas tão belas que visitam as nossas vidas que se durassem mais tempo perdiam quem sabe o valor que têm. Bjs, Amália

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  2. Anónimo2.3.12

    Que bom é ir para fim de semana com este Enamoramento. Esta ideia de que qualquer momento é importante, pela forma como o sentimos, como permanece em nós. Alberto F.

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  3. Anónimo2.3.12

    Que curiosa associação de ideias, de palavras e no final tudo faz sentido. E adquire uma dimensional beleza quase invulgar mas no conjunto coerente. E o mais interessante é que não nos faz perder o fio à meada. Porque a conclusão está lá. Não importa o quanto dura, mas a intensidade com que se vive cada momento que na vida surge. Um abraço, Antero

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  4. Anónimo2.3.12

    Adorei cada letra que falou de amor, cada neurónio de doces pensamentos, cada molécula de paixões, cada célula, que fez estremecer o coração. Adorei inclusive, esse átomo de esperança a fez sonhar de olhos bem abertos e até o nano sorriso cresceu no seu rosto, quase o vi, quase o senti. Beijocas, C.

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  5. Anónimo2.3.12

    É bom recordar quando as recordações nos fazem uma feliz companhia. Sejam longas ou curtas, tens razão, o que importa é a forma como as vivemos nos neurónios, nas células, nas moléculas mas sobretudo no coração.

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  6. Anónimo2.3.12

    Os teus neurónios andam a funcionar super bem. As tuas células transportam grandes verdades e as moléculas conhecem o caminho certo para chegar ao coração. Quanto a sorrisos, conheço o teu, nada tem de nano, porque tem a amplitude da tua generosidade. Filomena

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  7. Anónimo2.3.12

    Adorei o momento, o momento em que te li. E agradeço em cada momento o ter-te conhecido e permaneceres na minha vida muito mais do que esse momento.

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  8. Anónimo2.3.12

    Tens razão mesmo que seja ou melhor pareça insignificante, se nos toca, se nos transporta para lugares de felicidade, então é maior e melhor que todos os grandes momentos. Deve portanto ser perene na nossa lembrança.

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  9. Anónimo2.3.12

    É muito giro este texto, num uso espectacular do que somos e do que sentimos. Da nossa humanidade física e sentimental. Uma união que se entrelaça na perfeição.

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