terça-feira, 13 de março de 2012

Post.it: No destino sem leme

“Navego à deriva porque me tiraram o leme”, por vezes sentimos que a nossa  vida navega sem sentido. Num rumo que não obedece à nossa vontade. Tentamos agarrar os remos, mas mesmo assim não conseguimos contrariar a corrente. Por vezes pensamos, podia ter sido diferente, ou talvez não.
 É impossível saber, como teria sido o destino se fosse conduzido unicamente pela nossa vontade. Umas vezes rebelamos--nos contra as forças contrárias, contra essa aceitação forçada que esse destino nos impões. Outras vezes, desistimos de lutar porque nos parece desde logo, uma batalha inglória.
Enquanto uma voz cada vez mais longínqua continua a dizer-nos, podia ter sido diferente.
Fizemos tudo o que devíamos? Fizemos tudo o que podíamos? Nunca se faz tudo, nem sequer o suficiente, mas reconfortamo-nos no mérito de termos tentado. Aos poucos vamo-nos consciencializando que não depende unicamente de nós, que na vida não podemos agir como solitárias ilhas, aliás, nem as ilhas mais isoladas estão completamente sós, têm o mar à sua volta, um mar que lhes determina os contornos, um mar que as invade tempestivamente ou as embala com o seu carinho.
Quanto a nós, navegamos, muitas vezes à deriva, porque nos tiraram o leme das mãos e nos desenham outro rumo. Mergulhamos em dúvidas, tão repletas de certezas. Poderíamos ter experimentado esse caminho aparentemente mais sereno, poderíamos ter construído, quem sabe, a felicidade…
Quanto a mim, reflicto, que podia fazer por cada vida que não quis acompanhar a minha? 
Apenas consolar-me, poderia ter sido diferente,  mas  não necessariamente melhor.

9 comentários:

  1. Anónimo13.3.12

    Esta é uma questão muito pertinente. Quantas vezes me fazem esta pergunta, poderia ser diferente? Certamente seria, mas tal como dizes, seria melhor. Supomos sempre que sim, porque pior do que se está não podemos ficar, dizemos. Mas não é seguro que assim seja. No entanto fica e ficará para sempre a dúvida, poderia ter sido diferente se tivéssemos tomado outras decisões, feito outras escolhas. Aconselho que me fala assim, que em vez de viverem de dúvidas, tentem melhorar cada certeza, a vida que vivem, e se não é boa tentem melhorá-la. Sandra B.

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  2. Anónimo13.3.12

    Gostei muito da abordagem do tema, tem muito de verdade, tem muito de dúvidas que todos conhecemos algumas vezes a vida e porquê? Eis a grande questão, na verdade, diz-me a experiência de muitos anos, só questionamos o passado quando não estamos bem com o presente. Então uma espécie de saudosismo vem magoar-nos o peito. Poderia ter sido diferente, mas tal como refere, “não necessariamente melhor” Um grande beijo, Adelaide

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  3. Anónimo13.3.12

    Tens razão, nunca fazemos tudo, muitas vezes ficamos à espera que os outros o façam e depois ficamos a lamenta o que poderia ter sido e não foi, quem sabe melhor, quem sabe pior, mas certamente diferente.

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  4. Anónimo13.3.12

    Gosto de me sentir no controle do leme, nem sempre tenho a certeza de navegar para o rumo certo, mas o tempo o dirá, só não quero ficar a lamentar não ter feito tudo o que era possível por algo que queria muito. Mas tal como dizes, que podemos fazer por vidas que não querem acompanhar a minha? Bj, Alberto F.

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  5. Anónimo13.3.12

    Eis uma bela reflexão. Não deixa dúvidas, de que tudo na vida poderia ter sido diferente consoante as nossas escolhas, ou se nos tirarem o leme, consoante a escolha dos outros em permanecer ou sair das nossas vidas. Talvez a melhor forma de não ficarmos presos a estas dúvidas é valorizar o presente para que ele não se torne um passado e nos faça questionar se poderia também ele ser diferente. Um abraço, Antero

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  6. Anónimo13.3.12

    Quantas vezes me coloquei esta pergunta, talvez pudesse ser diferente se eu tivesse sido diferente, se ele tivesse sido diferente. Mas não fomos, tomámos as decisões que nos pareceram melhores no momento. Para quê viver de arrependimentos, se o futuro ainda é possível? Bjs A.

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  7. Anónimo13.3.12

    É assim que me sinto muitas vezes, num destino que segue um percurso meio à deriva. Quanto ao leme? Ofereci-o a quem não soube conduzi-lo, coisas da vida. Luís

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  8. Anónimo13.3.12

    Habitualmente não mergulho nestas questões, prefiro não o fazer. Não quero olhar para trás, não posso mudar o que fiz apenas o que vou fazer daqui em diante. Beijocas C.

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  9. Anónimo13.3.12

    Que dizer deste destino sem leme? Apenas que encontrou rumo no meu peito, porque me tocou profundamente, Bj. Mário

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