segunda-feira, 3 de junho de 2013

Post.it: Intemporal

Einstein não acreditava no “tempo” mas na intemporalidade, onde, em simultâneo, coexistem  o passado, o presente e o futuro.
Como se um dos nossos pés estivesse sempre preso ao que fomos, o outro ao que somos e nesse mesmo instante,  uma mão se estendesse esperançosamente em direcção ao futuro.
Na realidade o “tempo” não existe, fomos nós que o criamos, na nossa necessidade de organizar, de arrumar, de catalogar cada momento da vida.
O que existe é o (agora), um agora, sem horas,  sem dias, meses, anos, sem calendário. Um agora que é apenas o momento em que o sentimos, que o vemos, em que o tocamos e  tiramos dele algo de bom para recordarmos, algo de doloroso para tentarmos esquecer mas que fica guardado no “tempo”, como se ele fosse uma caixa onde arrumamos cada memória, cada pedacinho da nossa história, cada retalho de nós.
E o “tempo” vai passando, por vezes voando, por vezes demorando. E nós que também temos o nosso “tempo”, acreditamos nessa sucessão de “agoras”, de instantes, compostos de sol e chuva, de luz e sombra, de estrelas e de luar, de flores que nascem, de folhas que caiem. Acreditamos nesse marco  que nos faz nascer e ser cinzas do tempo. Precisamos desse conceito para um qualquer período a que chamamos felicidade e que nos revela  a insignificância da  finitude perante a nossa intemporalidade.