segunda-feira, 17 de junho de 2013

Post.it: Escrevo porque espero uma resposta

Porque tudo o que escrevo é uma declaração de amor. Amor por tudo o que passa, por tudo o que fica. Amor pela vida, por cada chegada, por cada partida.
E porque espero por a resposta que um dia chegará nas asas do vento, ressoada pelos ecos da terra, soprada pelos ramos das árvores.
Escrevo porque espero uma resposta e deixarei de escreverei quando ela chegar. Passarei a viver esse amor, que escrevi durante anos e séculos de existência, não somente minha, mas unida a tantos outros escritores que escreveram em busca dessa mesma resposta e que desenharam uma ténue linha do horizonte, formada por todas as palavras, por todas as expressões, por todas as declarações infinitas desse amor, que nos faz continuar a escrever para que quem lê, se possa encontrar nas páginas que folheia. Para que possa desvendar o nosso coração palpitante de emoção, que lhe corresponda e lhe responda rasgando o silêncio de “100 anos de solidão”. E entenda  neste “Livro das confissões”, a grandiosidade deste “Coração, solitário caçador”, que foi continuamente “Deixado para trás”, “Em busca do tempo perdido”, quantas vezes a “Falar a verdade a mentir”.
Mas em cada Primavera ficaram as “Flores sem fruto” e em cada Outono apenas as “Folhas caídas”.
Até chegarmos a um Inverno, “E tudo o vento levou” até esse “Livro do desassossego” que ainda acreditou numa “Luz em Agosto” e permaneceu em “Mil noites de espera” ansioso por resplandecer “Na tua face”

Mas mais uma vez fecharam o livro, mais uma vez calaram-lhe a  alma, e emudeceram o sentimento com que foi escrito. Todas as declarações de amor, todos os beijos, todos os abraços ficaram na “Sombra do vento”, algures num “Labirinto perdido”, que se chama simplesmente, “Saudade”.