sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Post.it: As mesmas novas palavras


Quem escreve,  usa as palavras como sementes que planta na terra. Umas florescem, outras murcham sem ver a luz do sol. Quem escreve, acaba por escrever sempre as mesmas palavras, com as mesmas letras, talvez noutro lugar da frase. Talvez pensem que quem escreve se cansa das palavras, essas que nos parecem surgir sempre repetidas. Mas então pergunto, por acaso alguém se cansa de pensar, de sentir? Podem ser os mesmos pensamentos, os mesmos sentimentos, mas são os nossos, não nos cansam, preenchem-nos elevam-nos num sonho, também ele, sempre o mesmo. Claro que quem escreve procura novas palavras. Ou procure talvez,  dizê-las de outra forma,   escreve-las de diferentes maneiras.
Mas todas elas já foram ditas e reditas milhares de vezes, por milhões de pessoas.
Palavras que se repetem constantemente nos mais diversos pontos do globo, nas mais variadas línguas.
São sempre as mesmas mas, de cada vez que são ditas, de cada vez que são sentidas, adquirem o sabor de novas em cada boca que as profere, em cada pessoa que as escuta.
Tornam-se únicas, tornam-se nossas, apenas nossas, numa doce pertença. Porque envoltas na magia do momento, ninguém as consegue proferir com a mesma entoação, escutar com a mesma emoção.
Quem escreve, procura novas palavras, sem as encontrar, percebe, que é a forma como são vividas e oferecidas que as torna novas, diferentes e especiais.

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