segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Post.it: Aldeias de granito


Aldeias de granito, vibrantes de história, latejantes de vida e em seu redor um silêncio, um silêncio imperial que é apenas entrecortado pelo vento que passa por entre as pedras e nos ecoa um rasto de vastas memórias. No topo o castelo e o que resta da sua muralha que em tempos remotos foi o abraço seguro dos seus habitantes. Tudo para, o tempo que aqui parece infinito, os meus passos e até os pensamentos, só  os olhos se movem e bebem da fonte do saber a verdadeira lição do passado, num caminho para o futuro. Um olhar que se torna quase infantil na sua curiosidade, que corre, que salta cada degrau e delicia-se em cada recanto em cada janela que lhe desvenda a obra que só uma genialidade celeste poderia tão harmoniosamente elaborar.
Os pulmões enchem-se e respiram o esplendor vastíssimo da paisagem, das serras que se sobrepõem uma após a outra para tocar o céu. O contraste dos verdes, que vestem os planaltos e o granito das casas, tão sólido, tão firme que nos faz questionar como chegou ali a tão elevadas alturas para se tornar lar quente e seguro de tantas vidas.
Tento guardar cada detalhe numa câmara fotográfica, mas nem essa dúzia de pixels que a tecnologia criou  consegue transmitir com fidelidade o quadro que a natureza nos oferece. Só esse enlace entre a natureza e o humano absorve e guarda tanta beleza. E num sentir de alegria e tristeza nasce um sentimento de saudade, por saber que a memória é perecível mas a natureza eterna na sua magnificência.

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