quarta-feira, 6 de março de 2013

Sou...


Sou uma poetisa falhada,
Uma mulher mal-amada.
Uma curva na estrada,
Há espera de nada.
Sou uma lua sem sol,
Amanhecer sem rouxinol.
Sou um dia sem horas,
Sentindo que demoras.
Sou irmã da solidão,
O vazio em cada mão.
Uma vida sem cais,
De constantes vendavais.
Sou uma mulher sem dor,
Uma mulher sem cor.
Sou uma, sou tantas,
Sem abrigo, sem mantas.
Sou primavera sem flor,
Sou um corpo sem amor.
Sou tão longe e tão perto,
Que a tua mão quase aperto.
Mas na minha longa viagem,
Sou uma nuvem de passagem.
Sou uma lágrima que caiu,
Quando o teu olhar partiu.