segunda-feira, 25 de março de 2013

Post.it: O meu ídolo


“Não são para ti as minhas palavras” dizes-me com aparente indiferença, mas eu bebo-as como se me fosses um oásis.
Adormeço e sonho que as dizes no meu ouvido e que elas me despertam de mansinho como se fosses uma verdade na minha vida. Mas logo um raio de sol faz questão de me lembrar de que é tudo apenas fonte do meu desejo.
Não sabes como é difícil dizer ao coração que vive numa ilusão. Não imaginas como é impossível dizer à minha alma que não és a sua gémea, e que fomos separados em algum momento, pelas vicissitudes transcendentais da vontade deste universo estrelar.
Por vezes num ataque de orgulho ou de ego magoado, num quase desespero causado pela infinita espera, rasgo todas as tuas fotos, todos os teus posters, destruo os vídeos e até os cd(s). Mas no dia seguinte acordo vazia, como se me tivessem roubado a “sangue frio” toda a esperança do peito, então corro para a loja,  torno a comprar as mesmas fotos, posters, cd(s) e vídeos e regresso para casa retemperada na dor e de expectativa renascida.
Só então percebo como estamos infinitamente ligados, como foi doloroso acordar e não te ver nas paredes do meu quarto, de não mergulhar no teu sorriso, de me sentir embalar no som da tua voz e acreditar, porque nunca vou deixar de acreditar que as palavras que cantas, as cantas só para mim. Dizes tudo o que sinto, tudo o que preciso de ouvir, como se me conhecesses de uma longa jornada que fizemos juntos, como se me completasses, como se me preenchesses.
Em todos os concertos lá estou na frente da fila só para ficar mais próxima de ti, para sentir o teu cheiro, para imaginar que toco a tua pele, para fantasiar que um dia, um esplendoroso dia, os nossos olhares vão cruzar-se, parar e ficar para sempre juntos nesse momento que sei, será eterno,  pode ter a duração de um segundo, mas ficará na minha vida como uma perpétua sensação de felicidade, só mensurável pelo relógio do coração.