quarta-feira, 20 de março de 2013

Post.it: Maresias


Há um rio que tem o teu nome escrito nas fontes do  meu pensamento. Células que me correm nas veias, percorrem-me o corpo, inundam-me a alma e desaguam-me no coração.
Há em mim um rio de suave corrente que não tem pressa de chegar à foz do seu desenlace. Já conheceu mares de tempestade, já conheceu margens de tristeza, que me deixaram melancolia nas águas. Gotas de um olhar que nunca chegou a me olhar. Mas agora que este rio que sou já conhece o caminho, deixo-me apenas navegar porque sei que um dia acabarei por chegar a esse destino que é meu. Mesmo que nunca navegue pelos teus mares, que nunca encontre conforto no teu cais, que nunca deixe pegadas na tua praia, que nunca desenhe nas tuas rochas o nome do meu ensejo, nem nenhuma gruta albergue o eco do meu querer.
Haverá sempre um rio que tem o teu nome no ADN da minha vontade e me faz ser a vaga que transporta pelos oceanos, maresias de afecto.