quinta-feira, 7 de março de 2013

Post.it: A felicidade é simples


No princípio era o verbo, gostar, ser gostado. No princípio era simples, partir de manhã para regressar a casa à noite. No princípio bastava um sorriso, uma conversa agradável, um abraço, claro que também se desejava ter saúde e algum dinheiro para manter o conforto. Mas no princípio bastava o silêncio que o coração escutava e entendia. Agora nada nos basta, não queremos somente ter saúde mas ter uma beleza modelada, o dinheiro já não é apenas para o conforto mas para pequenos/grandes mimos. Quanto ao amor, até nisso o conceito de felicidade se modificou, já não nos basta ser alguém para conversarmos, para partilharmos momentos de ternura, queremos mais, muito mais, queremos viver com letra maiúscula, um grande AMOR. Encontrar uma paixão que nos seja eterna, um desejo que nos seja perpétuo, uma troca que no fundo do nosso comodismo, esperamos que seja sobretudo de recebimento. Queremos ser felizes como o são os heróis no cinema, as personagens nos livros, ou nós, nos sonhos.
Olhamos para os solteiros como se fossem seres condenados à infelicidade, talvez porque ainda não descobrimos que se pode ser feliz sozinho e isso não ser sinónimo de miserável solidão.
Nem percebemos que no amor não há uma medida certa, que nunca é pouco e muito menos demais.
Que ser feliz é mais do que possuir bens materiais, que podem ser apenas agradáveis ou confortáveis. “A felicidade depende mais do que temos na cabeça do que nos bolsos”.
Viver de fantasias, pode permitir-nos voar, mas mais tarde ou mais cedo teremos de aterrar num solo por vezes árido e duro.
Ser feliz não é encontrar a felicidade em algum lugar, mas senti-la em nós, quando fizemos o possível e aceitámos o improvável. Se a meta está demasiado alta para a alcançar, devemos reduzi-la, se vivermos de sonhos impossíveis, devemos acordar e viver o possível. “Não existe caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho”.
Não vamos complicar, não vamos buscar na distância aquilo que só podemos encontrar na simplicidade da vida.
“A felicidade é um sentimento simples. Ela transmite paz e não sentimentos fortes, que nos atormentam e provocam inquietude no coração. Isso pode ser alegria, paixão, entusiasmos, mas não felicidade”