sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Post.it: A vida é um pássaro II


“A vida é um pássaro, agarra-se um e é-se feliz ou infeliz para sempre”, dizia-me um velho amigo, contador de histórias. “Porque os pássaros não devem ser agarrados nem aprisionados, têm voar em liberdade e livremente escolher o seu ninho”. E no entanto construímos gaiolas, e no entanto lançamos fitas de encantamento, julgando que podemos enclausurá-los no peito, por mais doce e terno que esse peito passa ser. “A vida é um pássaro e a sua beleza reside na sua independência, prende-o e ele esmorece”, insistia o velho contador de histórias. É verdade, perde o cantar, perde as penas, perde a vontade de abrir as asas, perde a capacidade de sonhar e nós,  que nos maravilhámos com o  seu voo choramos a sua tristeza e acabamos por deixa-lo partir. Percebendo que, a vida é um pássaro e por isso tem de voar.
“Dê a quem ama: asas para voar, raízes para voltar e motivos para ficar” (Dalai Lama). Porque, “Não há maior liberdade do que voar num horizonte qualquer e pousar onde o coração quiser” (Cecília Meirelles).
Mesmo que os nossos olhos fiquem perdidos  no infinito do céu, em busca de uma asa que nos ilumine a alma, quem sabe regressa, diz um suspiro que se esfuma no vento.
Entretanto, ocupa-se o tempo a escutar o velho contador de histórias, talvez algum dia ele nos conte aquela que queremos ouvir, a nossa, e lhe acrescenta  um final de voo com horizontes comuns.

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