quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Post.it: Prazo de validade


Um estudo americano-europeu que durou 15 anos concluiu que o Amor tem prazo de validade, 2 anos e depois já não resta nada, ou melhor resta muito: filhos, divórcio, divisão de bens, de dívidas, de culpas. É o fim que já esqueceu o início, quando a loucura amorosa tornava tudo perfeito. Mas segundo os experts, esta “loucura”, nada mais é do que um engodo ou quem sabe uma forma ancestral de auto preservação da natureza para evitar que a humanidade desapareça da terra.
Pouco românticos, estes cientistas, que roubam ao Amor todo o sentimento, toda a emoção que nos faz sonhar com um Happy end e com um Forever.
Porque esta sociedade que julgamos consumir e afinal nos consome, a vida amorosa nasce floresce e murcha numa “busca constante e vã do parceiro cada vez mais perfeito”. Já que segundo parece o  “amor é hoje uma religião que não consegue produzir crença, fé ou compromisso: é uma droga que vive do desejo de querer estar sempre na fase apaixonada”.
E a poesia? E os romances? Será tudo um embuste? Questiona-me a química dos sentidos. Nem tudo pode ser: adrenalina, noradrenalina, dopamina, serotonina e endorfinas e outras.
Não podemos reduzir os sentimentos a teorias da tecnologia, da neurociência, da psicologia/psiquiatria, da desfragmentação do ADN.
Ponho um basta em tudo isto, já não quero ouvir mais! Desligo o televisor, apago o computador, ponho o telemóvel no modo de silêncio e marco um encontro com Camões no sofá da minha sala, preciso com urgência de reencontrar em mim o “fogo que arde sem se ver”, sem prazo de validade.

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