sexta-feira, 15 de junho de 2012

Post.it: A verdade do silêncio


Toda a verdade existe, toda a verdade é justa e como tal deve ser aceite. Independente de ser a verdade geral ou individual de cada um de nós, mas essencialmente por que é a verdade, a nossa verdade.
Porque ela é em si mesma, verdadeira e boa na sua intenção e conceptualização. No entanto e porque cada um puxa a asa da sua pertença, rapidamente chegamos à conclusão que não há maior verdade do que a do silêncio, porque ela é incapaz de conceber o seu reverso.
Lembro-me de quando estudei música, tive uma professora que me deixou uma grande lição para a vida. Perguntava-nos o que era a música e nós respondíamos automaticamente que era a organização dos sons, ela acrescentava: e dos silêncios.
Já a minha avó (adotiva) costumava dizer na sábia ternura dos seus cabelos brancos, “Quem não mente não é boa gente”. Péssimo exemplo para as crianças, pensava no imediato,  mais tarde fui percebendo a que mentira ela se referia. Não era o oposto da verdade mas a sua gentil omissão. Aquelas “meias” verdades que utilizamos quando não pretendemos magoar alguém a quem queremos bem.
Até Confúcio dizia, “É o silêncio o único amigo que não nos atraiçoa”. Reforçando a ideia, lembro a teoria dos monges do deserto “Se o meu silêncio não vos recebeu bem, não seriam as minhas palavras a fazê-lo”. 
Por vezes só o silêncio basta como explicação, como resposta, como verdade. E porque o reconheço, assim me calo.

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