quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Post.it: A ciência da vida


“Não domino nem a vida nem a ciência, sou completamente empírica” Adotei esta frase porque me serve como uma luva.
Tenho que experimentar, tenho de cair para aprender a levantar-me, tenho que me magoar para aprender a tratar das feridas. Já me disseram inúmeras vezes que “gato escaldado de água fria tem medo”, mas na minha teimosia ou irreverência, respondo que os gatos têm 9 vidas e que ainda estou longe de atingir esse limite.
Cedo demasiadas vezes à química e acabo magoada na física. Sem entender a razão, lá vou insistindo em combinar células, unindo protões e neutrões, indiferente aos conteúdos positivos ou negativos. O problema é que acabo muitas vezes com os átomos cindidos numa espécie de explosão nuclear interna. De imediato ocorrem salvadores os bombeiros lagrimais que inundam pacotes e pacotes de lenços de papel. Até ao dia em que as moléculas estabilizam e o sol volte fazer com que funcione a fotossíntese primaveril para alegria de toda a biologia.
Confusos? Também eu, mas como vos disse no início, não domino a ciência, nem a vida. Por mais que contabilize anos de uma aprendizagem permanente, é bem verdade que não primo pela assiduidade e menos ainda pela pontualidade. Confio na benevolência da vida, no reconhecimento da minha persistência. Quem sabe até recebo um dia uma medalha de mérito pela perseverança ou um diploma pela tenacidade. Porque é no laboratório diário de experiências que construo o meu viver e, salvaguardando alguma distância razoável, espero encontrar por entre erros e certezas, por entre explosões e implosões, a fórmula mágica para ser feliz. Uma felicidade, que se não for eterna para a infinitude do universo, o seja na finitude da minha existência.

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