terça-feira, 31 de julho de 2012

Post.it: Escrever nas férias


No primeiro dia de férias, respirei fundo e prometi, “Não vou escrever nas férias, vou saborear os dias e sentir a agradável sensação de não fazer nada, de me desvanecer, de partir de mim e permanecer ausente desta rotina que nos consome a vida quando a derramamos em dias, meses e anos presos na teia invisível dos nossos hábitos ou acomodações. 
Hoje, quem sabe, apenas hoje já não vou pedir mais do que este dia, para fechar os olhos e sentir, não o passado, não o futuro, mas apenas o presente. 
A brisa a dançar por entre as árvores, o murmúrio do mar a desvanecer-se na praia. Afinal, relembro-me que estou de férias, que não tenho de obedecer escravizadamente ao compasso do relógio.
Vou acordar sem a ordem pragmática do despertador. Vou levantar-me porque me apetece sair da cama. Vou tomar o pequeno-almoço devagar  na hora que desejar, sem o fazer por ser um ato programado.
Não, não vou escrever, mas escrevo.” Então concluo com algum alívio, que escrevo, não porque seja um hábito mas porque gosto de o fazer, em qualquer altura, mesmo até em férias.

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