segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Post.it: Fernando Pessoa

Foi dia 30 de Novembro, mas nem sempre a memória está em consonância com a lembrança, essa lembrança que queremos viva, antes que a memória a apague.

“Morrer é difícil, mas consegue-se”,  esta  ironia de Ernest Jünguer tem um fundo de verdade, “porque às vezes, não se consegue…”
Quem pode calar estas palavras que dão sentido ao caminhar? “Às vezes ouço passar o vento; e só de  ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido”. Quem pode silenciar na infinitude do tempo, esse poeta que “é um fingidor. Finge tão completamente que chega a fingir que é dor. A dor que deveras sente”. Ou apagar da memória que nos embala e faz crescer  sem deixar de sonhar porque “Matar o sonho é matar-nos. É mutilar a nossa alma. O sonho é que temos de realmente nosso”.
É esse sonho que nos permite avançar no mundo, ter pensamentos, “que se pudesse revelá-los e fazê-los viver, acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens”.
Um  “Amor, quando se revela. Não se sabe revelar. Sabe bem olhar para ela. Mas não lhe sabe falar. Quem quer dizer o que sente. Não sabe o que há-de dizer. Fala, parece que mente. Cala, parece esquecer”.
Morrer é difícil quando a sua herança literária continua no nosso coração pátria. “ò mar salgado, quanto do teu sal. São lágrimas de Portugal. Por te cruzarmos, quantas mães choraram. Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar. Para que fosse nosso, ó mar”.
E sempre essa mensagem, terna e profunda que nos fica a acalentar os sentidos, e a pergunta é latejante no peito será que vale a pena?
A resposta vem pronta e repleta de sentido:
“Tudo vale a pena. Se a alma não for pequena”

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