sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Post.it: Tudo desaparece

O querer, os sonhos, desejos, a esperança, a exigência, a crítica, o orgulho, a arrogância. Os gestos, as palavras, o que lemos, o que escrevemos, o que ouvimos, o que vemos, os hábitos, os vícios. A espera, a demora. A ausência, a solidão. O nome, a roupa, o cheiro, a voz, as lágrimas, as gargalhadas, os silêncios, a revolta, as discussões, os medos, os ganhos, as perdas, as fotos, as lembranças, o ar que respiramos. Tudo, tudo desaparece, talvez por algum instante mais permaneça uma energia, um rasto de nuvem derramada pelo azul do céu, depois, depois apenas o esquecimento. Que alguns não querem esquecer, outros não querem lembrar.
Mas enquanto a vida nos pertence, cada madrugada, cada pôr-do-sol,  podemos sonhar, podemos desejar, lutar, conquistar, perder, ganhar, rir, chorar. Amar, Amar? Sim, quem sabe amar. Fazer o que não foi feito. Mudar o rumo, seguir em frente. Rescrever a nossa história, um novo passado, no presente que dentro em breve será ontem.
E apreciar cada instante, cada sopro de vento. Agradecer cada Primavera, mesmo que não tenha flores. Cada Verão mesmo que chova. Cada Outono, mesmo que as árvores não tenham folhas. Cada Inverno mesmo o seu gelo nos magoe o coração. Seremos gratos por cada dia, feliz por cada noite. Reconhecidos por tudo e por todos, os que estão e os que já partiram.
"A certeza de que um dia tudo desaparece dá-me a feliz expectativa de que ainda estando aqui posso, quem sabe, adiar um pouco mais, prolongar por um pouco  mais, a minha existência em ti".

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