Quando está no mar, deseja regressar a terra. Quando está em terra só sonha com o mar. Tem o coração dividido e ela tem ciúmes, desse mar feito sereia que o furta demasiadas vezes aos lençóis ainda quentes, onde dorme o carinho. Que fazer? pergunta ela, enquanto ele encolhe os ombros vencido por dois amores que o seu coração alberga em igual dimensão. Ela chora todas as partidas e todos os regressos com lágrimas diferentes, tem medo de o perder numa qualquer onda mais traiçoeira. Ele sorri da sua mágoa, enquanto esconde a sua por detrás dum orgulho marinheiro. Também ele tem medo de um dia não regressar, mas sabe que a sua vida findará sempre nos braços de um dos seus amores, conforma-se e é feliz. Ela olha-o como se fosse um farol, a sua luz, a sua torre, a sua coragem, a sua vida. Sabe que se um dia o mar lho roubar ficará para sempre à sua espera, porque o coração nunca desiste de ter esperança, quando está ancorado num outro que lhe serve de cais.
Se continuares a história, faz com ele escolha ficar em terra, que o amor vença o mar. Bjs, Leonor
ResponderEliminarUma história tão pequena e no entanto, diz tudo o que é necessário. O diálogo interior de dois seres com medos não revelados, numa coragem “marinheira”. (Porque os homens não choram). Pequena, sem dúvida, mas não precisava de revelar mais, deixa à imaginação de cada leitor, recriar os momentos, as ondas, os vendavais, o farol como pilar de segurança, e o cais onde tudo acaba e recomeça, entre chegadas e partidas, “choradas com lágrimas diferentes”. Um abraço, Antero
ResponderEliminarQuem me dera ser uma sereia para salvar das tempestades este marinheiro apaixonado. Bjs A.
ResponderEliminarDepois desta história quem é que consegue trabalhar? Apetece-me ir para o cais, para o procurar no horizonte.
ResponderEliminarMinha querida e jovem escritora, sim porque quem escreve desta forma é sem duvida uma escritora. Não basta ter sensibilidade literária, tem de saber transcrevê-la, transmiti-la e você sabe. E como sabe, sabe-o até às lágrimas, aquelas que derramei ao ler esta pequena história e ao juntá-la com uma anterior, duma velha que ficou para sempre presa ao cais. Aqui retoma essa história e explica a causa da sua dor, o amor roubado pelo mar, o seu farol para sempre perdido. Um grande beijo. Adelaide
ResponderEliminarMuito bonito, tão bonito que me soube a pouco, queria saber o resto. Já está na hora de mudares estes post.it para coisas muito maiores, aventura-te, voa para um livro. Beijocas C.
ResponderEliminarEsta história fez-me lembrar a da Velha que ficou no cais à espera do seu amor, será o no futuro a de hoje. Foi o mar que definitivamente o abraço enquanto a mulher ficou à espera no cais?
ResponderEliminarDepois de ler fiquei a navegar, a sentir a destino deste marinheiro dividido entre dois amor. Qual terá sido o amor que o acolheu para a eternidade?
ResponderEliminarAo ler este post, lembrei-me da Velha e o mar, senti que estavam ligadas, como se fossem o mesmo casal. Depois de reler essa história apeteceu-me reler outras mensagens mais antigas. Relias com o mesmo prazer como se fossem novas. Gostei tanto como das outras vezes, ou talvez mais, és realmente, especial. Bjs, Amália
ResponderEliminarGostei tanto deste homem do mar, quase viajei com ele e senti a mágoa da sua companheira.
ResponderEliminarConheço histórias semelhantes a esta, não só de homens do mar, mas também de outras profissões de alto risco. De esposas que vivem com o “coração nas mãos”. E eles não conseguem ou não podem escolher entre os dois amores que têm. Muitas vezes limito-me a dizer-lhes para tentarem não sofrer por antecipação. A eles peço-lhes que tenham todo o cuidado possível. Quando acontece o pior, acompanho-as e tento que não fiquem definitivamente no cais à espera, que prossigam as suas vidas. Que guardem o melhor e continuem a viver.. Não podemos ficar eternamente ancorados no passado, o futuro espera por nós, com muito recomeços e quem sabe uma nova felicidade? Sandra B.
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