quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Post.it: Planos de férias

Andamos o ano inteiro a pensar nas férias, a desejá-las, a planeá-las. Nelas vamos fazer tudo o que adiámos ao longo de muitos meses, porque estava frio, porque chovia, porque estávamos cansadas, não tínhamos tempo, porque não tínhamos companhia ou simplesmente porque não nos apetecia. Durante as férias, não chove, não está frio, temos tempo, temos companhia. Bom, num ideal de férias seria assim, mas nem sempre as coisas acontecem como planeado. Pode chover, fazer frio, ou correr tudo ao contrário. No final das férias quando vamos esvaziar as malas verificamos que não lemos os livros que levámos, que não fizemos metade do que nos tínhamos proposto. Olhamos para trás e na pior das hipóteses sorrimos por recordarmos que fizemos coisas muito melhores. A pele brilha ainda com raios de sol, os cabelos em desalinho lembram o quanto dançaram ao vento. A cintilação no olhar trás rasto de luar que inundavam as marés. O espírito resplandece de sonhos, de esperança, de tranquilidade. A alma rodopia na harmonia do sentir, e como uma janela abre-se aos sons, às cores, aos odores. Os pulmões inspiram a natureza. Enquanto um quase silêncio desconhecido aos sentidos os invade, numa invasão consentida, desejada e apreciada em cada momento.
 O despertador emudecido deixa-nos sentir uma sensação de liberdade quase infantil, “vou dormir até ao meio dia”, diz o cérebro enquanto o corpo se espreguiça e se ergue de um impulso para deixar entrar o sol que bate nas portadas.
Voltando às arrumações de final de férias, encolho os ombros num gesto de aceitação, e convenço-me que o  que não foi realizado nestas, pode ficar para as próximas, além disso, temos o ano inteiro para ler os livros da estante, quem sabe num dia de chuva, à lareira, ou simplesmente, quando nos apetecer...

5 comentários:

  1. Anónimo22.9.11

    Planos, para quê? Férias é para fluir na crista da onda.

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  2. Anónimo22.9.11

    De vez em quando sabe bem relaxar, não acatar horários, não seguir planos, não ler livros, não cumprir obrigações, afinal férias é isso mesmo. Beijocas C.

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  3. Anónimo22.9.11

    A tolerância connosco não deve impedir-nos de cumprir as nossas obrigações. Cair no comodismo, criar desculpas, adiar eternamente as decisões. São situações que devemos estar alerta para não cairmos no vicio, porque acaba por tornar-se um vicio. Todos nós sabemos o prazer de ver uma tarefa cumprida. Sabe bem melhor do que uma atitude derrotista. É esse o caminho, ser um vencedor de si próprio. Gostei do texto, não que seja um adiar é também um saber apreciar. É necessário saber equilibrar as escolhas, este post.it é a perfeita manifestação desse equilíbrio. Sandra B.

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  4. Anónimo22.9.11

    É mesmo assim, estamos sempre a adiar, a deixar para outro dia, sobretudo para as férias. Achamos que vamos ter tempo para fazer o que necessitamos e no final. Verificamos que não fizemos nem metade. Mas também temos que ter tempo para o relax. Depois fazemos o resto. Quando? quando nos der na telha!

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  5. Anónimo22.9.11

    Sou mais uma desse clube, cheia de planos, que depois não tenho tempo de cumprir. Fica para a próxima. Bjs A

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