domingo, 27 de julho de 2014

Post.it: O que nos define

Tenho um passado que vos quero contar. Um passado feito de ontens. De dias difíceis, de invernos em pleno verão, de chuva, de vendavais marítimos, de desertos em busca de oásis. Um passado que me fez nascer, crescer e chegar aqui, a este lugar carregado de dias, meses, anos nunca suficientes para chegar ao almejado futuro.
Nem sempre escolhi, nem sempre tive opção ou segunda oportunidade. Tomei as minhas decisões, dei os meus passos, em alguns recuei, em muitos outros avancei.
 O caminho é sempre o caminho, com as suas curvas, subidas e declives, de vez em quando surge um percurso em linha recta, em terreno plano, nele descansamos a vida,  nele encontramos forças e razões para continuar. Não foi fácil, nunca é, se fosse não lhe daríamos o devido valor, faz parte de nós vencer os desafios que o viver nos coloca, precisamos deles para nos sentirmos inteiros.
O passado cinzelou-me o carácter, deixou-me no rosto traços de crescimento, marcas do caminho. Deu-me à alma a erosão de cada momento que passou.
O hoje é apenas a antecipação do amanhã, uma chegada de uma viagem iniciada no ontem. O passado já não é o que fomos, nem o que somos, mas simplesmente o que depois de tudo seremos.
Porque o passado pode marcar-nos mas não podemos deixar que nos defina.

Afinal não vos contei o meu passado? Não, claro que não, não aqui, onde tudo se ganha e tudo se perde com a mesma facilidade, aqui onde os conteúdos ganham expressão e vida própria segundo cada leitura. Mas conto-vos, conto-vos sempre que o queiram ver, ele está escrito no meu olhar.

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