sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Post.It: Mês de S. Valentim

Estamos no mês do amor, mês de S. Valentim. As montras ganham novas tonalidades, novos adereços, lembrando os mais esquecidos, enternecendo os corações mais desatentos. É só um dia, dentro do mês, perdido no ano, hibernando por vezes durante uma vida, mas quando acorda, não é um despertar, antes um renascer.
Não há amor como o primeiro, dizem, mas não é verdade.
Porque não há amor como o último, o que está connosco, o que nos acompanha, o que permanece, o que nos leva cada dia ao seguinte. O que nos faz sonhar e é real. O que nos faz acreditar que o melhor de cada um de nós, afinal, existe e é continuamente dado, continuamente partilhado.
Quanto ao primeiro amor, esse e talvez os seguintes, se por acaso o nosso coração se deixou por mais de uma vez habitar por esse sentimento. Desses amores, fica a história embalando a memória. Foram e serão sempre parte de nós, de momentos, do que nós eramos. E quando a recordação nos questiona se seriamos capazes de sentir aquele amor agora, sabemos, que não. Já não somos totalmente essa pessoa, crescemos, evoluímos, sorrimos, sofremos, houve entretanto tanto mar navegado, tanta terra palmilhada, tanto céu observado, mudamos e hoje somos assim, e assim queremos ser amados. Nós diferentes, os outros, certamente que também passaram pelas suas mudanças e também eles amam de outra maneira, à sua, que já não é a nossa.
Saudades? Certamente que sim, não talvez desse amor, nem dessa flor, mas da primavera que éramos, desse sol que nos inundava o olhar, dessa esperança, confiança, dessa dádiva que sentíamos, no que dávamos e simultaneamente recebíamos.
Seja em que profundidade for que o amor se manifeste, quer seja por uma pessoa que nos é especial, ou por um filho, pais, amigo...
A verdade é que não há sentimento como o amor...






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