sexta-feira, 19 de maio de 2017

Post.it: Milagres

Foi um fim de semana de “milagres”, muitos assim lhe chamaram. E porque não? Tudo correu bem (para alguns), para muitos inclusive, não para todos, porque para haver uma vitória, quantas derrotas ficam por contar. Para haver um vencedor, há sempre um outro que perde, com mais ou menos fair play. A cada riso de quem toca o topo, quantas lágrimas ficam pisadas no chão.
Mas também há os que são mais positivos, os que nunca desistem, os que não deixam de regar a esperança impedindo que sucumba ao inverno da gélida negatividade, um dia, quem sabe também a vitória lhes sorrirá. Seja em que atividade for, em que língua aconteça, em que circunstancias ocorra, há-de suceder, porque não?
Afinal, por vezes,   os milagres acontecem. Aqui e ali, pequenos momentos que se concretizam, que nos realizam, que nos fazem voar mesmo sem asas, que nos fazem acreditar que conseguimos chegar mais além do limite delimitativo do nosso horizonte existencial.
Chamamos-lhes milagres, queremos que sejam milagres, porque acontecem inesperadamente, porque nos parece impossível e torna-se  possível, porque são aquilo que nem sequer nos permitimos sonhar, desejar, acreditar, lutar,  já quase tínhamos aceite como inexequível.
E no entanto quando acontece, há um silêncio, uma ausência de palavras, nem sequer chegámos a inventar um discurso de agradecimento. Mas até mesmo sem palavras, agradecemos com a comoção em uníssono de todos os sentidos. Rimos, choramos, pulamos, caímos de joelhos no chão, ou perante a surpresa, ficamos apáticos e, nesse instante, por milagre, por magia, por qualquer coisa em nós, escuta-se o coração não no seu batimento muscular, mas na sua explosão de emoções em devota e grata voz.


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