sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Post.it: Santos

Há santos no altar, onde os olhos se colocam em oração. Mas há tantos outros que lá não estão e que nos esquecemos de olhar e de lhes agradecer o bem que fazem. Gente anónima, que passa quase discreta, que passa por nós e se nada mais tiver para nos dar, deixa-nos um sorriso. Nós que nos habituamos a rostos carrancudos cujo olhar foge apressado, aquele sorriso, aquele olhar mergulhado no nosso, surpreende-nos. Talvez não façam grandes milagres mas é nos pequenos que está a revelação da sua virtude.
Todos precisamos de “milagres”, não precisam de ser grandiosos, mas por vezes até os mais simples e aparentemente frugais, são o que necessitamos, são eles que nos “salvam” de ir por caminhos errados, que nos erguem, dos que estão presentes quando deles necessitamos dos seus milagres.
São milagres como o da amizade que ampara, da companhia que afasta a solidão, o milagre da generosidade que apoia quem mais precisa, o milagre de quem cuida dos outros,  o milagre da partilha em que não dá o que tem mas o que é como pessoa. Celebrou-se ontem o dia de Todos os Santos, dos que se imortalizaram e dos que passam ao nosso lado e nos abençoam com a sua existência.


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