sexta-feira, 13 de julho de 2018

Post.it: Que nos voe...

Talvez este não seja o melhor ano de cada vida, talvez sobre ele tenham pairado nuvens demasiado escuras.
Talvez algo tenha acabado, mudado, desaparecido. Talvez algumas pessoas queridas, tenham partido e outra chegado.
Talvez este rio leve consigo, um pouco de mim. Talvez no chão não existam apenas passos esquecidos mas, tantos outros perdidos, sem terem  encontrado o seu destino  e permanecem às voltas na sua rotunda existencial.
Talvez o vento não tenha limpo o horizonte do sentir e ainda ande por aí em busca de uma luz no fundo do túnel.
Talvez as estrelas tenham ficado sem brilho porque se extinguiram há anos luz, só nós teimamos em ver a ilusão da sua presença.
Talvez os corações tenham encalhado em cada cais vazio de gente mas cheio de esperas no desencontro das marés.
 Talvez se tenham calado os murmúrios de promessas que pelas arribas ecoavam e nas dunas se aconchegavam.
Talvez o sol tenha tardado e o voou de andorinhas não tenha sequer chegado. Talvez a primavera que se delonga em florir, tenha tirado a cada olhar a razão do seu sorrir.
E quando as velas latina se desfraldam, quando as ancoras se erguem, está na hora de dar novo rumo à proa, girar o leme e confiar nas ondas.
Porque como diz o escritor “Não se pode amar uma ausência sem espessura de gente”. 
Que nos sopre o vento de feição, que nos voe para a felicidade o coração…


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