sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Post.it: A herança

Quando se fala de herança, de imediato pensamos em bens materiais, quando há outras quiçá, bem mais importantes, a herança genética, essa que transporto e prolongo mas que, por opções do destino não transmiti para o futuro.
A verdadeira herança, no entanto,  é a que vamos deixando ainda em vida, as pequenas ou grandes marcas que ficam de nós nos outros e dos outros em nós quando somos também seus herdeiros. É essa a herança, que posso e tento deixar em forma de gratidão.
O que fica de nós na vida dos outros e na natureza que nos recebeu e aconchegou é uma herança imortal, infinita no tempo e no espaço. Gostava de pensar que a minha pegada humana não foi demasiado grande e  que se  não tornei  o mundo um pouco melhor, pelo menos que não o deixei pior à minha passagem por ele.
Quanto aos outros, a família, os amigos, colegas, vizinhos, conhecidos e até desconhecidos, entristeço-me sempre que causo uma lágrima, uma mágoa, uma tristeza por mais pequena que seja. Já a minha alegria nasce de um simples sorriso, sobretudo se a tiver causado.
Os bens materiais, podem comprar, (quase) tudo no mundo, mas as coisas que mais importam, a serenidade, a paz, a conciliação, a concórdia, a harmonia, a solidariedade, a cooperação, o companheirismo, a amizade, isso não se compra, herda-se na aprendizagem e no carácter.
Permitam-me que vá deixando em vós a minha herança, “que a minha presença vos  anime e a minha ausência vos conforte” (S. Estanislau)

Sem comentários:

Enviar um comentário