sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Post.it: O regresso

O regresso, tem sempre uma sensação diferente para cada um. Depende de onde se regressa, depende de para onde se regressa. O que termina, o que recomeça, por vezes, raras vezes, o regresso trás consigo mudanças, novidades, expectativas. Fica-se sem saber o que sentir, alegria, receio, vontade de saber, de conhecer, de ir mais além. Por vezes há uma tristeza que não se prende com o regresso mas com a proximidade de uma outra mudança; a Reforma esse “papão” para uns, essa concretização de sonhos, para outros, nuns e noutros, uma certeza, o tempo foge, corre, e não se deixa apanhar. Longe disso estão uns, muitos, um “longe” que se aproxima devagar/depressa.
Mas agora, este regresso é das férias ou da pausa voluntária/forçada e independente das razões, independentemente de ter sido por motivos agradáveis ou não, voltar à rotina dos dias, ao ligar e desligar do despertador deixa em nós uma espécie de mágoa, uma saudade que se aloja em nós, por mais que a queiramos espantar, alegando que “para o ano há mais”. Sim, sim, claro que sim, mas agora, hoje, quando o despertador me faz saltar da cama e ainda o dia não amanheceu, apetece-me resmungar contra todas as frases feitas, porque nenhuma me consola.
Dentro em breve o verão terá partido em seu lugar fica o outono com o seu manto de nostalgia preparando o caminho para o inverno, bem sei que será uma estação breve, mas de repente, não contendo a melancolia que me começa a invadir como se o inverno viesse quase eterno, intenso, imenso. Com um frio que nos magoa, que nos congela a vontade, que nos derrota o querer, “acho que influência da série Guerra do tronos na qual me confesso (viciada)”. 
Será que vamos vencer os nossos “medos” numa realidade que tem os seus dias de horror com atentados, catástrofes naturais, com a eminência de guerras, de políticas ditatoriais. Nas férias não pensamos nisso, não queremos pensar, mergulhamos nas ondas e esquecemos, suspendemos até há hora do regresso.
Até hoje, agora, mas depois há quem nos receba bem, quem nos faça sentir bem-vindos, quem nos diga que está tudo bem e até que pode melhorar. Acreditamos, precisamos de acreditar, precisamos de esperança para levar cada manhã até ao anoitecer com um sorriso nos lábios. Por isso, mesmo que seja só por isso, é bom regressar.


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