terça-feira, 1 de outubro de 2019

Post.it: A cor do tempo que passa

O tempo tem cor, a cor do nosso sentir. Tem tons claros quando é um tempo feliz, tem tons escuros quando o sentimos pesarosamente infeliz. Mas e o tempo, aquele que nos foge? Aquele que parte de nós com asas de vento e quase só nos deixa um aroma de saudade? Que cor tem o tempo que foge? 
Imagino-o cor-de-rosa, um colorido cada vez mais fantasiado porque a memória o vai esquecendo nos factos concretos mas enriquecendo na composição dos detalhes. E nesse tempo que nos foge passa a haver todas as cores num arco-íris onde cada história da nossa vida mesmo até aquelas mais tristes ganham contornos de sorrisos que substituem as lágrimas, ganham laivos de ternura apagando de vez todo e qualquer resquício de mágoa. 
Porque o tempo, afinal não foge, apenas segue nas suas curvas e regressa para nós mais bonito do que quando partiu, aprendeu a valorizar cada momento, a apreciar cada instante, a enaltecer o que há de bom e a esquecer o resto. Assim em vez de nos entristecermos pelo tempo que foge devemos aprender celebrar cada tempo que chega oferecendo-nos toda uma renovada palete de cores primaveris mesmo que seja outono ou inverno.


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