segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Post.it: As mudanças

Quando fazemos mudanças de casa há sempre muito por arrumar, por deitar fora. Coisas que escolhemos  levar, coisas  que  excluímos, afinal,  sem  nos  darmos conta, ao  longo dos anos fomos  acumulando  tralha  que agora não  nos  serve  para  nada,  outras já tiveram o seu uso avariaram  mas  por  uma  questão  de valor  emocional  guardamos, quem sabe um dia ainda terá arranjo.
É o bom das mudanças, esta arrumação, esta selecção, sobretudo quando é feita por nós, com tempo, com consciência, com vontade de lhes dizer adeus, com vontade de recomeçar.
Mas há mudanças que nos impõem, que não queremos, que nos são dolorosas porque nos impedem de despedir de um tempo passado e nos obrigam a encarar sem preparação um tempo futuro. Mudanças onde não nos deixam levar as coisas que nos aconchegam, objectos que nos trazem gratas memórias, um pouco da nossa história aqui para ter continuidade ali.
Não sabemos bem o que sentir, reclamar, agarrar e defender o nosso (urso de pelúcia)? Não!. Somos pessoas crescidas aprendemos a conter as nossas mágoas, a transformá-las em aprendizagem e a vida ensina-nos que podemos levar todas a nossas coisas, que ninguém nos pode impedir de as levarmos connosco se as guardarmos bem aconchegadinhas num lugar bem seguro, o coração.
Aí, cabem todos os objectos que gostamos, todas as plantas que cuidamos, todos os livros, quadros, fotos, tudo, mas mesmo tudo. Mesmo que sejam velhos, que estejam estragados, mesmo que não estejam de acordo com a decoração do novo espaço. O coração não escolhe modas, idades, raças, credos, estatutos, simplesmente não escolhe, ele só sabe generosamente e humildemente, amar.





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