terça-feira, 27 de junho de 2017

Post.it: Os nossos "bichanos"

Os animais “humanizam-nos”. Na relação com os animais aprendemos o desprendimento, o carinho, estregamos-nos a esse cuidar e recebemos em troca um amor incondicional, neles não há crítica, não nos julga nem nos lança olhares desfavoráveis, quando muito há curiosidade, vontade de conhecer o que o rodeia, conhecer-nos para ficar mais próximo.
Os animais ajudam os humanos, salvam vidas, são para isso treinados, mas uma grande parte, a maior parte, está neles, na sua capacidade de descobrir, de se entregar, de ajudar, de partilhar o seu tempo, a sua vida, tão curta, em generosa oferta e tudo isso é feito sem aparente esforço, tudo parece divertimento, um jogo onde todos se envolvem para que vença um bem maior, a sobrevivência.
São cães polícias, são cães que auxiliam deficientes, que atenuam os sintomas de doenças, combatem a depressão, afastam a solidão, avisam do perigo eminente, protegem, guardam quem mais gostam, o seu dono, quer sejam crianças, adultos ou idosos. São sem dúvida alguma o melhor amigo do ser humano.
Para os cães basta-lhes a companhia, a comida no prato, e uma bola lançada ao ar num desafio para a brincadeira, correr, saltar e depois deitar-se junto daquele corpo por vezes enfermo, aquele amigo. E eles sabem que não há nada melhor do que ser e ter um amigo, muitos dizem que é um interesse reciproco, não, é muito mais do que isso, é um amor reciproco. 
Que importa se em cachorros nos roem os sapatos, os móveis, a roupa, ou até a nossa paciência. Se correm à nossa frente e quase nos deitam ao chão. Se saltam sobre nós molhados do mergulho na praia. Se nos fazem sair à rua quando a chuva inunda as ruas. Se nos acordam quase de madrugada indiferentemente se é dia da semana, fim de semana ou feriado. Se nos deixam a cara lambuzada de lambidelas. Se lançam sobre nós um olhar triunfante por ter feito o chichi no jornal, claro que as patas da frente entraram no espaço do jornal mas as de trás ficaram de fora tal como a pequena poça molhada. Se nos oferecem aquele  ar de missão cumprida quando nos trazem os chinelos, ou melhor, o que resta deles. Eles adoram-nos e nós, claro, a eles.

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