segunda-feira, 19 de junho de 2017

O mundo

Há qualquer coisa de silêncios,
Que te escuto suave na voz.
Oceanos há muito recônditos,
Que apenas te navegam a sós.

E as palavras que não dizes,
Talvez de todas as mais belas,
São olhos de inquietos petizes,
Abrem-se em claras janelas.

Sonhos que germinam sem dormir,
Que florescem de um viver acordado,
Acontecem no contínuo deixar-se ir,
Por rumo certo mas não determinado.

É então que tudo acontece,
Nesse renascer límpido de alma.
A uma velocidade que nos entontece,
Sem perceber a fluidez dessa calma.

Que inveja, que sensação de ternura,
Me desponta em jardins no peito.
Primaveras de tão simples candura, 
De um sentir e existir tão perfeito.

Sem comentários:

Enviar um comentário