terça-feira, 2 de agosto de 2016

Férias e mar

Depois de muitos passos dados,
De tantas viagens de encantar,
Acabamos de olhos mergulhados,
No mais sereno azul do mar.

Como se nos fosse morada,
Leito de sonhos perdidos.
Vida que a ele confessada,
Nos deixa menos feridos.

Mas férias devem ser alegria,
Paz, desordem, libertação.
Cumprir a velha fantasia,
De agir só pelo coração.

Mas o mar, o mar já chama,
Para um abraço de regresso.
Naquele silêncio que reclama,
Toda a atenção do universo.

Pergunto, quanto de mim há nele,
Escondido na sua transparência?
Como se me fosse segunda pele,
Na mais sublime e terna inocência.

Nado, afasto-me da orla do cais,
Torno-me em si uma pequena ilha.
Onde deflagram os grandes vendavais,
Do oceânico pai com as marés da filha.

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