quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Alcançar o céu e as estrelas

Subir, ir mais acima, mais longe,é um sonho antigo da humanidade – conquistar o alto céu e alcançar as distantes estrelas .
Mas será também o meu? Será o teu? Será o nosso sonho?
Talvez. Porque eu e tu, nós, somos humanos e queremos o que a humanidade quer, nascemos nela, caminhamos com ela e vamos aonde ela for. 
Porém, a profundidade do firmamento e o chamamento do brilho longínquo não podem distrair-nos e impedir-nos de chegar ao nosso céu e apreciar a luminosidade das estrelas que cintilam perto de nós:
. uma semente a germinar
. uma flor em botão
. uma fonte a jorrar
. uma mão estendida
. um sorriso aberto
. um coração magoado
. um olhar inquieto
. um choro de criança
. um riso de mulher
. uma lágrima a cair
. a gargalhada dum palhaço
. as palmas do público
. e até um grito de dor

As estrelas somos nós: eu, tu, ele, ela, eles, nós, isto e aquilo…
O céu, em azul, cinzento, carregado de nuvens, desfeito em aguaceiros ou zangado de trovões e granizo, nasce do coração, faz-se de palavras e emoções e gestos, envolve-nos e cerca-nos, enche-nos e, às vezes, desfaz-nos.
O céu é o azul inesperado e surpreendente e é também o cinzento ameaçador e o negrume avassalador.
Pode ser subida, escalada, ir mais acima, chegar mais longe.
Mas quantas vezes é recuo e precipício sempre a cair mais fundo e mais fundo?
É por isso que existem as estrelas. Para iluminar, guiam, guardar e encher o azul profundo de sinais, transformando-o em tonalidades de dádiva e esperança, em caminho que tão depressa é largo como estreito, íngreme ou plano, tantas vezes infinito e outras tantas sem saída que se vislumbre. 
Mas é caminho e há-de conduzir-nos ao céu e às estrelas.