sexta-feira, 7 de outubro de 2022

Post.it: Meditar

 
Tão simples, tão difícil. Simples porque basta, sentar e ficar assim quieta, a respirar. Difícil porque é difícil parar, sentir e ficar ali sem fazer nada, quando o corpo nos quer fugir para outras tarefas, quando o pensamento se torna um pássaro a querer voar para tantos outros lugares. Ficar calmamente ouvir o bater do coração quando geralmente somos impulsionados pelo o tic tac do relógio.

Assomam-nos dúvidas, eternas perguntas; será que vale a pena, vai mudar algo em nós, estaremos a fazer tudo da forma correta, para quê, porquê? Queremos respostas rápidas, efeitos imediatos, precisamos sentir que resulta, necessitamos sempre de certezas, caso contrário, desistimos. Chega de perder tempo. Esse tempo que nos é sempre tão curto e rápido no seu passar.

Temos de ser determinados, optar, decidir o que queremos, simplesmente, porque queremos. Se nos sentámos, se decidimos meditar é porque algo nos leva a isso. Porque o corpo nos pede, porque a mente cansada nos implora. E por isso, nem que seja apenas por isso, devemos, sentar, ficar e meditar. Pode não ser uma meditação prolongada, pode não ser muito relaxada, mas para uma primeira vez devemos aceitar que valeu a pena. Amanhã será melhor, estamos a aprender, estamos a começar. Devemos permitir-nos ser como crianças a dar os primeiros passos e cada passo tem o sabor de vitória.

Afinal investimos em nós, parámos para nos vermos como somos, demos atenção às nossas necessidades. Fizemos algo por nós. Foram apenas 5 minutos, amanhã ficaremos 10. Hoje os nossos pensamentos foram irrequietos, amanhã iremos aquieta-los.

A meditação tem diversas técnicas, começamos pela mais simples, sentar e respirar. Tentar dar atenção ao ar que entra e sai dos pulmões. Fechamos os olhos para observarmos apenas o movimento do corpo enquanto inspira e expira. Mas podemos abrir os olhos olhar para um ponto fixo, se quiserem um pequeno circulo que desenhamos numa página branca. Ou uma luz de vela, o seu movimento.

Deixar-nos ir sem queremos controlar o que somos, sem determinarmos cada instante da nossa vida. Parar, fazer uma pausa par nos sentirmos vivos, para nos sentirmos humanos. Para constatarmos as nossas fragilidades e encontrar nelas a nossa força.



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