sexta-feira, 21 de outubro de 2022

Post.it: Palavras ao vento

É preciso que as palavras encontrem eco nas ações. Que ganhem asas e se tornem pássaros de esperança. Que não se fale o que os ouvidos querem ouvir mas que se tornem os gestos que o coração quer sentir. 
Sejamos mais que um texto alinhado por uma fonética que vai muito além do som que se espalha pelo ar. É preciso que a viagem sonora encontre um lugar onde se aconchegar e ganhar solidez. 
Já não me confortam as frases feitas, chega de clichés, basta de dizer só porque que é bonito! 
Preciso acreditar. Preciso sentir. Preciso de encher o peito de um ar que aquece. Preciso que os dias ganhem sentido. 
Preciso que o caminho seja mais do que chão. Preciso receber o pão a fumegar, que deixou de ser apenas farinha, água e fermento quando unido e amassado pelas mãos da verdade, pelo calor da solidariedade. 
Preciso de preencher o vazio que me deixas quando me elogias com palavras que deitas fora logo a seguir. E eu fico sozinha sem saber quem sou em ti. 
Por vezes, apetece-me gritar. Cala-te! 
Talvez, só assim te consiga escutar. Vai-te embora! 
Talvez, só assim, te consiga encontrar. 
Depois, percebo que não és só tu que age assim e quedo-me triste. 
A verdade implora por paz, mas a guerra, seja ela qual for, está a ganhar.



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