segunda-feira, 9 de agosto de 2021

Post.it: Somos o mundo...

Quando era jovem queria mudar o mundo, agora que estou mais velha, quero aceitar o mundo tal como é. Quero aprender a amá-lo na sua diversidade, nas suas mágoas, nas suas dificuldades, nas suas alegrias, no que tem de melhor e de pior.
Aprendi que não sou melhor que os outros, sou como sou e eles são como são. No fundo, somos iguais no geral mas diferentes no particular. Uma identificação cultural, uma assimilação social. Uma simbiose civilizacional.  
Somos o mundo e o mundo é um puzzle cheio de peças que o tornam um todo eternamente incompleto. Peças que por vezes julgamos que não encaixam na nossa vida, tentamos muda-las, cortar a forma, lim
ar as arestas, mas a verdade é que são assim porque existem para se conjugar com outras peças, outras vidas, talvez, não as nossas. Se as obrigamos a mudar, se lhe alteramos os contornos, se condicionarmos o que as define, continuam a não se adaptar a nós e de tão forçosamente modificadas, já não se adaptam aos outros.
Nós próprios mudamos ao longo do tempo, mudamos porque queremos ser aceites, porque queremos ser amados, porque queremos fazer parte do grupo. Mas se essa mudança for diferente da nossa natureza, dos nossos valores, do que somos, mais tarde ou mais cedo vamos falhar nos nossos intentos. Infelizes na nossa essência, inadaptados nessa realidade, percebemos está na hora de apenas sermos quem somos e de deixarmos os outros serem quem são.
Quando chove, podemos não gostar de nos molharmos, mas a chuva é necessária para o renascer  da natureza. O sol pode queimar-nos a pele mas é essencial para a sobrevivência do planeta e a nossa. Talvez, em cada contrariedade encontremos algo de positivo, o desafio que nos faz vencer o obstáculo, o passo que nos leva a seguir em frente. Em cada não, pode surgir um sim. Seguindo uma simples regra…
Que eu consiga mudar o que devo mudar, que eu consiga aceitar o que não posso mudar, que eu tenha capacidade para distinguir entre um e outro.



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