sexta-feira, 27 de agosto de 2021

Post.it: Não poupes nas palavras

Não poupes nas palavras. Preciso de todas elas. 
Escreve-as, di-las, pinta-as, dá-mas num sorriso, num abraço. Não as cales, não as adies. Não as deixes ficar apenas no pensamento, no sentimento, prisioneiras do silêncio.
Oferece-mas como se fossem um bouquet de rosas, mesmo que já por nós tenham passado e murchado muitas primaveras, todas elas me ficaram no peito, mesmo quando a galáxias de nevoeiro me vão roubando a memória de cada uma delas, fica a sua energia como se me fosse  uma estrela, que apesar de ter sucumbido há anos luz, ainda brilha e ilumina o nosso olhar.
Dá-me as palavras ternas, doces, amigas, amadas, quentes como uma tarde de verão, que nos queima a pele sem qualquer intenção de criar mágoa, aliás, acredito que essa onda de ar escaldante tem como intuito, que as palavras voem em busca de brisas de frescura, de refrescantes gotas de mar que causam risos e fugas de quem apenas quer ser reencontrado.
Não, não será o outono quem nos deixará secar as palavras, podem as folhas cair, mas as palavras não vão ficar no esquecimento, amarelecidas pela espera, de quem as diga, de quem as espera ouvir, ler... 
As árvores podem ficar despidas, mas os seus ramos estendidos, vão continuar a escrever no céu gentis poemas, para que o sol conquiste a lua, para que a lua adormeça do sol enamorada.
E mesmo que o inverno chegue carregado de nuvens, as suas águas não serão de lágrimas de desgosto, mas de esperança, de inspiração, de florescimento, para que as palavras, tal como as flores renasçam, uma, mil vezes, as que forem necessárias para alegrar quem as recebe e encher de felicidade quem as oferece.

 

 


 

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