sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Post.it: Sem respostas

Gostava de transformar este (sem) respostas em (cem) respostas, porque as perguntas crescem, o medo tornou-se uma nuvem cinzenta que nem a luminosidade do verão afasta e as
 dúvidas confinam as nossas vidas.
Continuamos a perguntar a quem sabe mais do que nós: médicos, virologistas, cientistas, estadistas, ministra da saúde, ao SNS, à OMS…, de onde veio este vírus, quando se lhe porá termo, quando terminará esta Pandemia?  Quando poderemos andar na rua sem medo, sem olhar para os outros como se fossem nossos inimigos. Quantos irão ficar infectados, seremos nós os seguintes. Iremos resistir?  E a nossa família, as pessoas com quem partilhamos o nosso dia a dia também poderão apanhar, ou melhor ser apanhados Covid19? Quando poderemos voltar a abraçar os amigos, a beijar os mais próximos. Quando voltaremos a respirar sem máscara, quando voltaremos a ver sorrisos em cada rosto? Quando poderemos sentar-nos ao lado de alguém nos transportes sem receio de que nos excluam desse espaço. Quando deixaremos de questionar com o olhar cada pessoa que se cruza connosco sobre se será ser ou não portador do vírus? Quando deixaremos de ter limites para entrar nas lojas, nas farmácias, nos eventos desportivos ou culturais?
Quando, quando, quando?
Quantos doentes há neste momento em todo o mundo, quantos ficarão mesmo depois do vírus desaparecer devido a desconhecidas sequelas? Quantas vidas já perdemos, quantas ainda vamos perder?
Quantos e quem serão, avós, pais, filhos, irmãos, tios, primos, sobrinhos, amigos, colegas, conhecidos, novos, menos novos, até quem sabe, nós…
Quantos, quantos, quantos?
Somos pessoas de fé, isto vai passar!
Somos pessoas de esperança, e vamos dizendo aos outros e a nós que vai ficar tudo bem.
Somos pessoas de resiliência, levantamo-nos todos os dias para trabalhar no local de trabalho ou em teletrabalho, vamos continuar a lutar para sobreviver.
Somos pessoas solidárias, que se entreajudam, que concebem medidas de apoio.
Somos pessoas criativas, criamos mil formas de chegar e de nos unirmos aos outros.
Somos pessoas imaginativas, reinventamos formas de ocupar o tempo de forma lúdica e saudável.
Neste momento, enfrentamos a 2ª vaga, aumentam o número de infetados e nós, continuamos sem respostas, mas já vislumbramos algumas certezas, os efeitos negativos deixados como marcas em cada um de nós. Pelos entes queridos que perdemos, pelos despedimentos, pela forma de vida social e económica que modificou vidas.
Um dia, não sabemos ainda quando, teremos  todas as respostas, encontraremos soluções.
Um dia, não sabemos ainda quando, tudo isto será apenas uma ténue recordação.
Um dia, que esperamos, que desejamos seja em breve, tudo isto será uma lição, de como nos adaptamos, de como nos unimos, de como somos capazes de nos tornarmos melhores quando os desafios assim os exigem.
Um dia, acreditamos, Ficaremos bem.


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