segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Escutando os sentidos

No meio do tudo, sou apenas nada,
Um nada que é quanto me basta.
Como ao sol lhe basta a madrugada.
Que renasce e nunca parece gasta.

No meio do ruído, sou o silêncio,
Um silêncio que tudo e a todos diz.
Que na sua quietude não está vazio,
Que na sua eterna solidão está feliz.

Porque é bom sentir que se faz parte,
De um lugar que em tudo é como nós.
Como se fosse estranha peça de arte,
Que ouve os sentidos e lhes dá voz.

Até que de repente e já sem pressa,
Toda a vida nos desfila no caminho.
Já sem tempo que acelere e meça,
O que o coração nos diz baixinho.


Sem comentários:

Enviar um comentário