segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Post.it: Um lugar chamado Natal

Algures entre o céu e a terra, algures entre os pólos, na linha central, um Equador que há em nós, em todos nós. Uns libertam-no, outros aprisionam-no com receio de o revelar de tão sensível ou quem sabe, pensam que libertando-o o perdem por entre os labirintos e fronteiras humanas.
Algures nesse espaço imenso ou minúsculo existe um lugar chamado Natal. Um lugar com muitas histórias, a de cada um. Um lugar de sorrisos, de sonhos partilhados e alguns até concretizados. Histórias de lágrimas por alegria, histórias de lágrimas por tristeza.
Um lugar que cada um enfeita com as suas mais belas emoções, sensações, recordações. Um lugar tão cheio do que somos, que nos revela, que nos torna melhores, mais verdadeiros, mais inteiros no nosso querer. Não, não é um lugar de mentiras, de falsidades, de hipocrisias, quando muito, se lhe queremos apontar defeitos,  diria que é um lugar que por vezes esquecemos que nos existe no peito, que está dormindo o sono de quem espera  e acredita. Não é por isso que é menos belo, não é por isso que  nos é menos puro.
 É verdade que nem sempre sabemos como o partilhar, oferecer, então tentamos tudo, compramos sonhos embrulhados em papel colorido. Oferecemos esperança, que escolhemos criteriosamente numa loja cheia de gente. Damos amor e amizade e colocamo-los em caixinhas junto da árvore de Natal.
Coisas, apenas coisas, podem dizer, mas são muito mais do que isso, são “coisas” que desejamos dar de nós, desse lugar secreto onde cabem tantos, todos os que nos tocam no afecto, na comoção, um irmão, um amigo, um desconhecido. 
Esse lugar chamado Natal que reencontramos todos os anos no nosso caminho interior quando decidimos que afinal queremos caminhar sempre com os outros. Independentemente da data, do momento, o que importa é o lugar e esse lugar está-nos no coração.

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