sexta-feira, 22 de abril de 2016

Post.it: A revolução dos Cravos

Foi uma Revolução de cravos, porque se calaram as armas, porque se emudeceram as revoltas, porque se ergueram os braços para festejar a vitória e se acenaram flores. 
Porque se atiraram pétalas de esperança numa primavera que renasceu, livre para florir palavras sem medo. 
Porque o vermelho agitou-se nas mãos e não era sangue, mas como ele significava vida, vibrante e renovada. 
Recordada em cada recordação do ontem  um novo sol brilhava em cada rosto de expectativa e de confiança. Afinal “foram anos a esperar por um só dia”, até encontrar “em cada esquina um amigo”,  “em cada rosto igualdade”. 
Entretanto, continuamos a celebrar, embora, cada vez menos a recordar, porque cada geração que nasce, nasce em liberdade e longe da sua ideia está qualquer forma de repressão. E mesmo aqueles que olham para o hoje e sobretudo para o amanhã com olhar crítico e magoado, não lhe é tirada a razão mas cada momento histórico tem os seus dissabores, comparar o passado com o presente é relativizar a luta de quem sofreu o peso constante de uma ditadura e que se libertou pela força da união. 
Há quem diga que devia acontecer uma nova revolução, prefiro pensar que o que necessitamos é de uma nova união. Talvez seja preciso colher todas as flores da primavera não para aplacar as armas mas para apaziguar os corações que se sentem traídos nos seus ideais de Abril. 
E para que estes ideais não esmoreçam vamos construir em Abril a continuidade auspiciosa de cada mês, de cada dia em que vejamos nos outros o reflexo do nosso sorriso na oferta generosa do seu. 
Para que os cravos de Abril de 1974 continuem acenando objectivos conquistados, na certeza de que vão ser eternos na primavera de cada vida que nasce e cresce livre para ser Feliz...




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