sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Rimas magoadas

Tinha vontade de escrever,
De reinventar a poesia.
Sentia no peito a crescer,
Rimas de generosa alegria.

Mas parou-se-me a escrita,
Pereceu-me a inspiração.
A escrita já não acredita,
Que algures a escutarão.

Ficaram as emoções magoadas,
Ficaram as palavras ofendidas.
O vento não lhe apaga as pegadas,
O tempo não as torna esquecidas.

O porquê, insiste a memória,
Em repeti-las quando tento.
Risca-las da minha história,
Varre-las do pensamento.

E às emoções que me eram rio,
A expressão “Verbo-de-encher”.
Ficou uma sensação de vazio,
Roubando a naturalidade ao dizer.

Agora, a rima no seu recanto,
Ainda semeia sem primavera,
Flores que não têm o encanto,
Que já tiveram numa outra era.

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