segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Post.it: O nosso mundo

Por vezes o mundo parece-me pequeno, demasiado pequeno, que as fronteiras me sufocam, que aqui e ali me acotovelo com outras nações que passam por mim indiferentes na sua ânsia de chegar a algum lugar mais feliz, mais pacífico, sem guerra, sem fome, sem sonegação dos direitos humanos, sem discriminação das  mulheres, sem xenofobia, sem racismo,  sem politiquices e tudo em nome da democracia, da liberdade, tudo em nome de Deus, um Deus que muda de nome, de valores, de amores e causa tantos, demasiados horrores. 
O passado remoto ou próximo está cheio destas tristes memórias. E o mundo que dantes me parecia enorme, que pouco ou nada sabia dele, que pouco ou nada me tocava, tornou-se minúsculo, tão minúsculo que o que acontece a milhares de quilómetros me entra pela casa adentro, ressoa pelas paredes da sala e o sofá que me era tão confortável torna-se doloroso, de repente, aquelas imagens invadem-me os olhos, espantam-me a boca que não consegue soltar qualquer som, enquanto no cérebro os pensamentos gritam-me não sei que palavras de estranha dor. 
Lá fora continuam os gritos, o terror, o temor, aqui na minha sala, o silêncio questiona tudo, questiona o mundo, incapaz de obter uma resposta pelo sofrer global da humanidade, restam-me as lágrimas as minhas, as vossas; será que Deus poderá alguma vez secá-las? Do rosto sim, mas da alma irremediavelmente ferida pelas vidas violentamente roubadas, nunca.

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