segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Post.it: Este tempo que somos

Vivemos num tempo que já foi solidário, mas que se tornou solitário. 
Vivemos num mundo ferido, muitos de nós vivemos anestesiados, febris de ansiedade por mudança ou acomodados e com medo dela. 
Outros foram perdendo a vontade, o interesse, a sensibilidade, do tacto, da visão, do sentir, do decidir. 
As feridas quando não são tratadas, transformam-se em prepotência, em negligência, hostilidade, desprezo, indiferença, em solidão, em desunião. 
Devemos estar cientes das fragilidades do mundo, das suas dores que em vez de nos afastarem, nos devem unir. 
Porque afinal, cresce um risco evidente; a ameaça constante à nossa existência, à nossa sobrevivência, com o fim dos milenares valores, da nossa cultura, das nossas raízes. 
Porque nós, todos, sem raízes “nada mais somos do que papagaios no vento”. Não podemos curar o mundo, mas podemos cuidar de quem nos está próximo.
Como? Aproximando-nos mais, escutando, oferecendo uma mão para acompanhar o seu doloroso caminho. 
Oferecendo um olhar que abraça. Dando-lhe uma palavra amiga, ser solidário, generoso, humilde, respeitador do seu espaço, dando-lhe a liberdade de decidir e de construir um lugar onde se sinta em casa, uma vida em que se reencontre e afirme inteiro e simultaneamente plural.


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