sexta-feira, 12 de julho de 2019

Post.it: Linhas tortas

Os nossos caminhos parecem linhas, umas sobem, outras descem, retas ou cheias de curvas. Há momentos em que mais nos parecem um emaranhado de fios, e nós, como marionetas precisamos que esses fios nos digam que movimento fazer a seguir, que passo dar depois do passo dado. Ansiamos por liberdade, mas sentimos-nos incapazes de cortar as linhas que nos conduzem pela vida a fora, conduzir nós próprios o nosso destino parece fácil, mas revela-se difícil.
Há linhas que são tramadas desabafam uns. Há linhas que nos tramam, constatam outros. São as linhas tortas desta vida, declaram outros ainda, aceitando os seus desígnios.
E nós, tal como crianças lá vamos palmilhando a vida,  pé ante pé, passo a passo, tentando endireitar as linhas tortas do nosso destino. Quem sabe um dia descubramos a fórmula mágica de desenlear essas linhas, de as endireitar. Será preciso uma grande capacidade de paciência, uma pitada de perseverança, muita atenção e sobretudo uma grande dose de sorte, essa sorte que torna tudo mais fácil, que desmancha os nós de cada dia, que endireita o mais torto fado a que cada um está fadado. 
Também é verdade que muitas vezes testamos os limites, que enviesamos as  linhas para prolongar o prazer da viagem, porque se é verdade que a reta é a distância mais curta entre dois pontos, porque não ir em diagonal e entortar o momento só para quebrar a monotonia, tudo o que é certinho cansa, um pouco de desarrumação até dá estilo. Já agora, why not?


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