segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Teenager


Fiz tudo para ser ouvida,
Vesti-me para ser olhada.
Comportei-me como betinha,
De repente, senti-me sozinha.
As borbulhas no rosto,
Eram o meu maior desgosto.
O corpo mais gordinho,
Diziam que parecia um anjinho.
Defendi grandes ideias,
Lutava, morria até por elas.
Mesmo quando não acreditava,
Eram minhas e isso me bastava.
Fumei cigarros,
Experimentei charros.
Queimei os pulmões,
Tive até alucinações.
Bati com a porta de casa.
Precisava de “bater a asa”
Não quis ouvir “os velhos”,
Com teorias e evangelhos.
Exigi o meu espaço,
Recusei aquele abraço.
Cortei o cordão umbilical.
Cai, bati fundo e fiquei mal.
Quem sou? Sou o que sou.
A descoberta de para onde vou.
Ou apenas uma adolescente,
Que quer gritar o que sente!



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