sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Dizemos obrigado, de tudo e de nada, não é uma questão de sermos pessoas muito educadas, mas de um certo automatismo que adquirimos. Obrigado a quem nos dá passagem, quem nos abre a porta, a quem nos atende na loja, a quem nos dá uma informação básica. É certo, adequa-se, mas por vezes é demais as vezes que agradecemos e quem sabe nem nos apercebamos, porque nos é comum, como dizer olá, bom dia, etc.
Mas quando se trata de um obrigado que queira significar reconhecimento e gratidão, quem o dá, assim, com a mesma ligeireza, delicadeza e generosidade? Infelizmente poucos, mesmo muito poucos. Agradecemos a vida que temos? Claro que não, já que não é a que gostaríamos de ter. Agradecemos a cada dia? Na maior parte das vezes não, porque não nos foi simpático. Agradecemos  aquém  ouve as nossas lamurias? Não, primeiro porque nem nos consideramos lamurientos e depois, são nossos familiares ou amigos, faz parte da sua função ouvirem-nos, ampararem-nos, não precisam de agradecimentos, já sabem, que lhes estamos gratos.
Talvez seja preciso que existam datas especificas que nos façam estar mais atentos, mais despertos para olhar os outros, de coração mais bondoso, dando-lhes o tempo e agradecimento que merecem, claro que não só nessas datas mas durante todo o ano.
Lembramos-nos no Natal, Passagem de Ano, Aniversários, dia do Pai, da Mãe, dos Avós, dos Amigos e porque não acrescentamos mais uma data, 11 de Janeiro, dia do Obrigado, para agradecermos com sinceridade, com justeza, com o coração, com o perdão. E desejar que o carinho, a dedicação, a bondade, o reconhecimento e o obrigado, não sejam apenas o cumprir de datas do calendário, mas que nos aflorem, naturais e espontâneos tal como se nos fossem uma brisa que emana do mais profundo do nosso ser. 
Eu, confesso, que também me esqueço algumas vezes de agradecer, de vos agradecer. Por isso, recebam este obrigada, não como uma flor, um ramo ou um jardim de flores, mas como uma inteira primavera.

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