terça-feira, 11 de outubro de 2016

Post.it: A perpétua busca

“Toda a vida procurei a felicidade, amei, fui amada umas vezes, outras vezes não. Casei, descasei. Voltei a tentar, voltei a fracassar. Saltei, tentei, parti o orgulho, magoei a esperança.”

Hoje, depois de tudo ainda me sinto uma aprendiz, ainda persisto, talvez no erro, em busca da solução.
Depois de tanto cair e outras tantas vezes me levantar, fui compreendendo a lição, a minha lição, que não tem de ser igual para os outros. Aqui estou apenas a partilhar,  nada tenho para ensinar. Porque tal como vocês, tentei seguir o certo, aquilo que me diziam ser melhor. Foi? Não. Tive que caminhar com os meus próprios pés, ninguém pode ser os nossos passos. Podem dizer, não vás por aí, mas temos que ir, para perceber a razão dessa proibição. Por vezes é tudo uma questão de momento, se esse momento foi doloroso para uma pessoa, não o será necessariamente para outra. Claro que temos de ter alguns cuidados, ficar alerta, prevenidos, munidos de caixas com pensos rápidos, outras tantas com lenços de papel, para secar as lágrimas, nem todas de dor, algumas, muitas de alegria.
Toda a vida procurei a felicidade, houve momentos em que a senti perto, tão perto que quase a conseguia tocar, mas queria mais do que o seu toque, que o vislumbre do seu sorriso, queria, precisava, do seu abraço apertado e perpétuo. Sufocada, a felicidade partiu.
Voltei a procura-la, em rostos, em gestos, em corações, em primaveras floridas, em verões escaldantes, nos outonos e até no frio do inverno.
A dada altura de  tanto a procurar, começou a crescer-me a dúvida, será que ela existe? Será que  a vi e senti ou foi apenas uma ilusão?
Não, não acredito que tudo tenha sido uma fantasia  da minha ansiedade, do meu querer. Na verdade, conheci momentos belos, vivi tempos lindos, identifiquei um mundo repleto de coisas sublimes. Pode lá ser que não se sinta felicidade ao ver o azul límpido do céu, a vastidão ondulante do mar, a noite estrelada, o verde dos prados, as avenidas de árvores, o voo singelo das aves. 
Só então percebi, procurei toda a vida a felicidade,  mas em cada instante, foi sempre ela que me encontrou.

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