terça-feira, 5 de julho de 2016

Post.it: Apenas esse pouco

Não é o muito que nos preenche e sacia, mas o saborear de cada sensação, de cada momento.
Será que isto vos diz algo? Gostava que sim, que já tivessem sentido este sentimento, esta tranquilidade que os torna quando em nós vividos, verdade.
Fazer anos, somar aniversários, festas lembradas ou esquecidas, não é isto que nos torna melhores, mais sábios. Quando muito torna-nos menos “surdos” ao que nos rodeia, ao que é realmente importante.
E o importante, descobrimos um dia, é a tranquilidade com que vivemos cada dia, sem questionar o seguinte. Cada degrau daquela velha escada que já subimos e descemos tantas e tantas vezes, hoje cansa-nos mais, é verdade, mas vejamos pelo lado positivo, obriga-nos a subir de forma pausada, apreciando a paisagem e a descer admirando o horizonte.
Vamos perdendo… mas também ganhando… sobretudo vamos adaptando-nos, ao fim de algum tempo já sem queixumes e até, quem sabe, achando graça, à “desgraça” que é deixar de ser como eramos há 20 anos, mesmo quando nessa altura já tínhamos mais de 20 anos de existência.
A memória, essa leal mas também traiçoeira amiga, que um dia nos contará outras histórias, sobretudo as mais belas. Não sei se mais belas porque o tempo lhes conferiu encanto ou se foram realmente inesquecíveis. Muitas, poucas, que importância isso pode ter, quando se tem o suficiente e esse suficiente nos basta para sermos felizes
Vai-se-nos enevoando a visão, ela que nos encheu o olhar de tantas aventuras e tantos deslumbres, fechando os olhos, passamos a ver cada vez mais com o coração.
Também as forças vão diminuindo, já não erguem os filhos, quase que nem os netos, mas que ainda amparam e sobretudo acarinham com mais doçura.
E todos os anos, em que buscamos nas amizades uma harmoniosa companhia, descobrimos a melhor, paciente, silenciosa,  que esteve sempre connosco, a nossa.
Afinal não precisamos de conquistar o mundo, apenas necessitamos do nosso mundo.


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