quarta-feira, 29 de outubro de 2014

A lua me magoa

Como a lua me magoa,
Com a sua solidão.
Gaivota que tanto voa,
Sem pousar o coração.

Nem o sol seu companheiro,
Entende os suspiros do luar.
Que deixam o céu inteiro,
Sem o reflexo de estrelas no mar.

Nem o vento que a embala,
Entende o meu murmuro.
A estranha dor que cala,
No lado que tem mais escuro.

Nem a flor que exala perfume,
Nem a nuvem com o seu abraço,
Conseguem afastar o queixume,
Que vem do mais alto espaço,

Como eu consigo entender,
O que a lua só a mim revela.
A vontade de um dia ser,
O mais ágil barco à vela.

Para cruzar o extenso mar,
Para atravessar o universo.
E então mergulhar no olhar,
Que descreve em cada verso.