sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Post.it: E assim me nascem as primaveras

Procuro a coerência, o consenso, o senso comum, a verdade, o equilíbrio, a harmonia das cores, das formas, o casar das letras, a descendência das palavras, a geração multiplicada das frases para que o futuro seja escrito com a tinta celular da vida. E que esse futuro conte uma história, aqui e ali colorida, limada nas suas pequenas mas dolorosas arestas, que se torne um testemunho de crescimento, que construa caminhos para se aproximar cada vez mais da meta de ser feliz. Que ajude nas mais difíceis subidas, que auxilie nas mais longas descidas. Que seja um par de asas para voar até ao universo dos sonhos, aqueles que nos surgem enquanto dormimos, aqueles que nos acompanham enquanto acordados.
Que nos seja um suspiro, uma lágrima sem tristeza mas porque tocada no mais sublime sentimento nos seja na finitude da existência um dos mais infinitos momentos. Então realidade e felicidade numa união de facto consolidada, nunca serão saudade mas sempre e só continuidade. 
E tudo porque as vogais deram as mãos às consoantes e num porvir que se aproxima do amanhã foram por fim ancoradas viajantes escrevendo nas calmas marés a mais suave curva do horizonte. 
Então nasceram estrelas no mar, então cintilaram astros no céu e a terra estendeu abraços e dançou com os oceanos. 
A escrita desenhava linhas de paraíso que partindo do coração, passavam pela mão e tornavam-se revelação exultante de nós, nascente fecunda de todas as primaveras.



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